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IRREGULARIDADES DO TERRENO
CONCEITUAL
Como
ficou claro nos capítulos anteriores, as teorias descritivistas tradicionais dos
nomes próprios e termos gerais eram estruturalmente rudimentares. Foi em parte
devido ao caráter simplista daquelas teorias descritivistas que a teoria causal
da referência dos termos gerais e o externalismo semântico pareceram opções plausíveis,
sugerindo que as palavras precisam significar mais do que são convencionadas a
significar, posto que em sua dimensão mais relevante, que é a da determinação
da referência, os significados seriam externos a nós mesmos. Já vimos, porém, que
em seu sentido original o externalismo semântico é insustentável. Embora ninguém
queira negar a indispensabilidade da influência de fatores causais externos para
que a referência se torne possível, ela é no caso dos termos gerais ainda mais elusiva
do que no caso dos nomes próprios.
Meu objetivo deveria ser agora o de desenvolver
uma mais adequada teoria descritivista dos termos gerais, seguindo um modelo paralelo
ao proposto para os termos singulares. Contudo, o terreno que se encontra à frente
parece bem mais acidentado. Não há uma única classificação coerente para os termos
gerais e parece claro que não há um princípio único determinando suas regras de
aplicação. Por isso e porque a questão demanda uma investigação mais detalhada,
não pretendo aqui fazer mais do que esboçar algumas breves sugestões.
Uma
classificação para os termos gerais
Na
tentativa de estabelecer uma classificação genérica dos termos gerais, quero
começar propondo uma tricotomia análoga àquela que divide os termos singulares
em indexicais, descrições e nomes próprios. Correspondentemente, os termos gerais
se dividiriam em indexicadores, descritivadores e nominadores.
Termos gerais indexicadores são os que só se
deixam definir em contextos indexicais. Exemplo seriam palavras como
‘vermelho’, ‘redondo’, ‘quente’. Característico desses termos é que eles não se
deixam analisar na forma de descrições, ao menos enquanto forem entendidos como
designações de aparências fenomenais ou de seus correlatos físicos. Em contextos
perceptuais, esses termos podem ser usados junto a indexicais de modo a determinar
a referência sem a intermediação de descrições. Não há como analisarmos fenomenalmente
os termos gerais em proferimentos como “Vermelho ali”, “Redondo lá” ou “Sinto
calor” sem aprendermos o significado fenomenal de palavras como ‘vermelho’, ‘redondo’
ou ‘quente’ por familiaridade (acquaintance) ou seja, sem sermos
apresentados a coisas vermelhas ou redondas ou quentes, sem recorrermos ao uso
dessas palavras em proferimentos indexicais. Nesse aspecto, termos gerais indexicadores
possuem conteúdo indexical. Diversamente dos últimos, porém, eles não precisam
ser reconhecidos como referindo-se a particulares, a não ser que venham associados
a termos singulares capazes de identificar tais particulares: não posso saber
que a propriedade particularizada de vermelho que vi ontem é a mesma que o vermelho
que vejo agora, a menos que a identifique como o vermelho desse sofá, associando assim
a palavra ‘vermelho’ a uma propriedade singularizada (o tropo) do objeto
referido pela expressão referencial ‘esse sofá’. Os termos indexicadores são,
aliás, os sub-rogados daquilo que Bertrand Russell equivocamente chamou de nomes
próprios lógicos, pois eles são os melhores candidatos a termos primitivos da
linguagem entendidos como aqueles cujas regras de significação só são
aprendidas pela familiaridade com os seus designata.
Vejamos
agora os termos gerais descritivadores. Eles são análogos às descrições definidas,
mas com função classificadora ao invés de individuadora. Esses termos aparecem
na forma de predicados complexos e podem sem muita dificuldade ser traduzidos como
descrições indefinidas, como é o caso da descrição ‘...um caçador de dotes’,
que pode ser aplicada tanto a Serafim quanto a Arcanjo. Um imenso número de predicações
(na verdade a maioria delas) se caracteriza de forma descritiva, sendo elas mais
estáveis que os termos indexicadores, na medida em que independem da familiaridade.
Há, finalmente,
termos gerais nominadores: nomes gerais cuja forma simbólica é não-descritiva,
mas que são analisáveis de modo em alguma medida análogo ao dos nomes próprios,
dado que abreviam descrições ou conjuntos de descrições. Esses são termos de espécies
naturais como ‘tigre’, termos de massa como ‘água’, termos de artefatos como
‘cadeira’, termos sociais como ‘professor’, termos culturais como ‘arte’ e ainda
muitos termos utilizados em filosofia e ciência. Eles são abreviações de
descrições ou de feixes ou de grupos de feixes de descrições que podem ser mais
ou menos estruturados. Ao menos em alguns casos, como veremos, eles podem ser
entendidos como abreviações de feixes de descrições cujas combinações efetivamente
aplicáveis são selecionadas por meio de regras de aplicação de nível superior, analogamente
ao caso dos nomes próprios.
Diante disso é possível propor para os termos
gerais uma hipótese genético-estrutural também em alguma medida análoga à que sugerimos
no capítulo 1 para os termos singulares. Os termos gerais indexicadores são estruturalmente
mais originários, podendo a cognição das propriedades por eles designadas ser tomada
como elemento na construção de conceitos mais complexos. Admitindo, como fizemos
aqui, uma ontologia dos tropos que por princípio rejeita entidades verdadeiramente
abstratas, os termos gerais nominadores deveriam ao menos tendencialmente ter sua
origem em termos gerais descritivadores, que se originariam de combinações de termos
indexicadores.
Por fim,
por razões de economia e flexibilidade, são instituídas palavras únicas que abreviam
predicados descritivadores de acordo com metaregras por analogia com o que
acontece com os nomes próprios. Isso se dá com termos de espécies naturais e termos
de massa, em analogia com o que acontece com os nomes próprios. Assim, ao invés
de dizer ‘um líquido transparente, insípido e inodoro’ ou ‘um óxido de hidrogênio’
em circunstâncias onde tal especificação é desnecessária, ganhamos em flexibilidade
se resumimos ambas as descrições na palavrinha ‘água’. Finalmente, tanto termos
gerais nominadores quanto os termos gerais indexicadores podem comparecer outra
vez como constituintes de predicações descritivadoras, permitindo a formação de
predicados mistos sem limitações de complexidade.
Essa analogia
classificatória entre termos singulares e gerais nos leva a perguntar se não existiriam
situações originárias nas quais eles não se tivessem diferenciado. Podemos imaginar
a existência de termos referenciais originários que funcionariam indiferenciadamente,
tanto como termos singulares indexicais quanto como termos gerais, em um papel que
recorda aquilo que Ernst Tugendhat chamou de quasi-predicado.[1] Tratar-se-iam
de predicados indexicalmente usados, como o grito de perigo de certas aves, que
designariam propriedades singularizadoras pertencentes a uma região espacio-temporal
definida. Desses termos referenciais originários surgiriam de um lado termos
singulares indexicais, de outro termos gerais indexicadores. Dos termos
singulares indexicais se derivariam descrições definidas e delas, por fim, nomes
próprios. Dos termos gerais indexicadores se derivariam termos gerais descritivadores,
dos quais se originariam, enfim, termos gerais nominadores. Essas transformações
não seriam forçosas, mas tendenciais, uma vez que caminhos inversos e cruzados
também são concebíveis.
Neodescritivismo
aplicado a termos gerais
Não faria
sentido defender uma teoria descritivista dos termos gerais para os termos gerais
indexicadores, posto que eles dizem respeito ao que podemos aqui qualificar como
simples. Também não faria muito sentido tentar desenvolver semelhante teoria
para o caso dos termos gerais descritivadores, posto que eles mesmos, quando
funcionam propriamente, já são descrições que exprimem as suas próprias regras
de aplicação. Contudo, podemos desenvolver explicações descritivistas para a
aplicação de termos gerais nominadores.
Os termos de artefatos exemplificam de forma
mais simples e transparente o último caso. Considere alguns exemplos de definições
de semelhantes termos por intermédio de descrições indefinidas:
Cadeira = um artefato não-veicular com encosto
feito para uma só pessoa se sentar a cada vez.
Lápis = um objeto manuseável, geralmente de
madeira, com ponta de material suficientemente sólido e que serve para escrever.
Carro = um objeto que se movimenta sobre rodas,
sendo propriamente feito para transportar pessoas.
Catedral = uma igreja que tem um trono de
bispo e congrega as outras igrejas da diocese.
Podemos
dizer que os termos acima abreviam as descrições indefinidas correspondentes.
Elas constituem definições funcionais e, diversamente do caso de espécies naturais,
não fazem menção a essências subjacentes, posto que artefatos não as possuem. Também
diversamente dos termos de espécies naturais considerados em capítulos anteriores,
cujo significado é expresso por um entrelaçado de descrições de propriedades
aparentes e subjacentes, termos de artefatos tem o seu sentido determinado praticamente
por completo por regras-descrições dos tipos que formam o conjunto <Ds + Dsd>.
É verdade que definições descritivas dos
termos nominadores de artefatos podem admitir e até requerer detalhamentos e que
elas não possuem fronteiras precisas nem necessariamente imutáveis. Mas isso em
nada as deprecia. A vaguidade, como temos sempre recordado, é uma característica
insuperável da grande maioria dos nossos conceitos, supostamente refletindo a vaguidade
da própria realidade àa que eles se aplicam. Pode-se tentar objetar contra as definições
acima apresentadas apontando para casos limítrofes ou exceções aparentes. Um
tronco de árvore com a forma de uma cadeira, que é trazido para casa e modelado
de modo a ser usado como cadeira, é um caso limítrofe. Um lápis eletrônico, desses
usados para se desenhar em telas de computador, pode ser parecido com um lápis,
mas não é; trata-se já de um uso estendido da palavra, por analogia funcional.
Na identificação de um tipo psicólogos
experimentais falam de tipicalidade,
da aproximação de um dado particular com um estereótipo
do particular. Assim, o estereótipo de
lápis não é um lápis de cera qualquer, mas o velho lápis de madeira com ponta
de grafite. O estereótipo de cadeira é a que encontramos na sala de jantar com
quatro pernas e não a cadeira de balanço ou a de praia ou a elétrica. O estereótipo
de um pássaro pode ser um gavião, mas não será um pinguim. Nós reconhecemos os
estereótipos mais prontamente, já que eles apresentam propriedades mais típicas
em maior número.[2]
Isso torna fácil aos psicólogos serem induzidos à conclusão de que as maneiras
tradicinais pelas quais os filósofos trataram conceitos, buscando definições
com possíveis condições necessárias e suficientes de aplicação, é claramente incorreta.
Parece-me,
porém, que há aqui uma séria confusão categorial. Uma coisa são as variáveis
condições de performance que o psicólogo investiga; outra são os critérios derivados
da regra de aplicação da expressão conceitual que interessam ao filósofo. As
duas coisas são perfeitamente compatíveis, mas diversas. As estruturas lógico-conceptuais
definitórias que constituem as regras de aplicação de uma palavra-conceito, as
que constituem aquilo mesmo que podemos chamar de conteúdo conceitual, podem ser
capazes de gerar múltiplas e variadas constelações criteriais que são responsáveis
por variações semânticas muito específicas. Assim, a regra de aplicação para o
conceito de pássaro pode gerar constelações criteriais diferentes para passarinhos,
águias, abutres, avestruzes, pinguins. Como é muito mais comum encontrarmos as constelações
criteriais pelas quais reconhecemos um pássaro que encontramos em árvores e que
voa, somos mais rápidos em aplicá-la. Geneticamente essas constelações devem
ter vindo primeiro na formação do complexo criterial constitutivo da regra conceitual
para a identificação de pássaros. O que os psicólogos experimentais descobriram
foi apenas essa centralidade geradora de melhor perfomance da aplicação do
predicado.
Uma cadeira de balanço, por exemplo, não possui
a mais frequente condição caracterizadora, que é a de ter quatro pés; mesmo assim,
ela continua seguindo a definição conceitual de ser um artefato não-veicular com
encosto, feito para uma só pessoa se sentar.[3] Ela continua
satisfazendo os critérios da regra de aplicação, aos quais não pertence a condição
usual de ter quatro pés. E o mesmo vale para a cadeira de praia... Não é necessário,
pois, que haja um contradição entre uma definição filosófica tradicional (possivelmente
apresentável em termos de condições necessárias e suficientes) realizada em um nível
mais abstrato, que explicita uma regra criterial que pode ser mais ou menos complexa,
e a investigação de condições identificadoras frequentemente inessenciais, que
ou traduzem maior facilidade e rapidez no reconhecimento (como a cadeira de mesa
ou um bem-te-vi) ou maior dificuldade e lentidão no reconhecimento (como a
cadeira elétrica ou um pinguim).
No capítulo anterior vimos que no caso de termos
de espécies naturais como água e ouro precisamos distinguir ao menos dois núcleos
descritivos na constituição do sentido do termo: um núcleo popular, relacionado
à nossa vida cotidiana, e um núcleo científico, relacionado à estrutura
essencial subjacente, ambos os núcleos dependentes de uma regra disjuntiva inclusiva
para a identificação do que possa ser chamado de ‘água’ ou ‘ouro’. Mas não parece
possível generalizar essa duplicidade sequer para espécies naturais.
Considere o termo contável de espécie natural ‘tigre’.
Podemos considerar a descrição de superfície (o estereótipo) como sendo Ds(t) =
grande e feroz felino carnívoro e quadrúpede com pelo amarelado, listas escuras
transversais e focinho branco. Junto a isso o importante para a identificação
de um tigre é que ele pertença à espécie panthera tigris, ou seja, que satisfaça
a descrição de superfície disposicional para tigres, que sugiro ser a seguinte:
Dsd(t): satisfazer
suficientemente Ds(t), sendo capaz de se entrecruzar com outros animais que
satisfazem suficientemente Ds(t) de modo a produzir descendentes férteis, pertencendo
todos a uma população de descendência originariamente asiática.
Essa
caracterização da espécie é útil por associar a característica do entrecruzamento
com as características da descrição de superfície historicamente associadas à população
a que foi originariamente aplicada a palavra ‘tigre’, que é um animal originário
da Ásia e que já era conhecido na Europa desde a antiguidade. Além disso, a exigência
de que para serem tigres os animais precisam ser entrecruzáveis de modo a produzirem
descendentes férteis com os descendentes da população que originou o nome é importante,
posto que a evolução poderia produzir descendentes não mais entrecruzáveis, o que
daria lugar a uma outra espécie. Ainda uma vantagem dessa caracterização é que ela
satisfaz certas condições contrafactuais: se um animal vindo de um outro
planeta fosse suficientemente parecido com um tigre e fosse capaz de se entrecruzar
com os descendentes dos nossos tigres asiáticos ele não seria, segundo essa
definição, propriamente um tigre, o que não deixa de ser intuitivamente aceitável.
Admitindo-se Dsd(t) chegamos à seguinte regra de aplicação constitutiva do
conceito de tigre:
RA-‘tigre’:
Usamos o termo geral tigre para nos referirmos (propriamente)
a uma propriedade de um animal x
see
(i) A propriedade de x satisfaz a regra de caracterização expressa por Dsd(t),
(ii) em medida suficiente.
Cabe
aqui a questão: sabemos que tigres são também animais que possuem um certo layout genético característico, exprimível
através de uma certa descrição que podemos abreviar como Dp(t); ora, qual o
papel desse layout genético na caracterização
de um animal como sendo um tigre? A resposta, se considerarmos a regra acima, é
que esse papel só pode ser secundário, ao menos considerando a maneira como atualmente
usamos a palavra. Como já notamos, ao menos para a zoologia atual, o termo de
espécie natural ‘tigre’ tem funcionado de modo diferente do termo ‘água’.
Enquanto a descrição da microestrutura é importante para a caracterização de massas
de água, o layout genético não é essencial
para a identificação de tigres, diversamente da constatação de sua pertinência a
uma dada espécie. Pode ser que o conceito de tigre venha a ser alterado de modo
que o layout genético passe a ter um papel
mais relevante ou que a região originária da população deixe de ter relevância –
regras conceituais são alteráveis.
Ainda outro caso é o de termos gerais que
parecem ser de espécie natural, mas que não possuem nenhuma estrutura subjacente.
Considere conceitos geográficos, como os de rio e lagoa. Um rio é um fluxo de água
suficientemente grande que corre sobre um leito naturalmente escavado na Terra em
certa direção, partindo de uma nascente, diversamente de córregos, canais, rios
de lava, etc. Uma lagoa se distingue tão somente pela propriedade superficial de
ser uma extensão fechada e suficientemente grande de água doce, diversamente de
lagos, lagunas, poças de água etc. Uma alternativa diante desses casos seria a
de redefinir o conceito de espécie natural demandando o compartilhamento pelos
seus membros de uma essência subjacente, mesmo que descoberta a posteriori, o que com boas razões excluiria
termos como os recém-considerados.
Diversamente
do caso dos nomes próprios, não faz propriamente sentido exigir dos termos
gerais que eles satisfaçam descrições do grupo A, de localização e carreira espacio-temporal,
posto que eles não se aplicam a um único objeto. Já vimos como isso se dá com um
termo de espécie natural como ‘água’. Mas no caso de espécies zoológicas como a
dos tigres, é possível que a relação com o grupo historicamente e regionalmente
localizado que deu origem ao nome possua alguma importância, embora isso não
seja refletido na RA-‘tigre’.
Há ainda
casos em que além de serem múltiplos, os critérios caracterizadores do tipo de
entidade se encontram muito fracamente conectados entre si. Nesses casos podemos
ser levados a recorrer a uma regra meta-caracterizadora para o termo geral capaz
de estabelecer o que e o quanto da multiplicidade
de condições que precisa ser aproximadamente satisfeito. Assim, podemos eventualmente
precisar de
(i) um conjunto de regras-descrições de primeira
ordem que constituem um modelo (o
assim chamado feixe de descrições) e
(ii) uma regra-descrição de ordem superior, RMC
– a regra meta-conceitual de aplicação do termo geral – estabelecendo o quanto do
modelo precisa ser satisfeito para que o termo geral possa ser aplicado.
Exemplo
disso é o caso de síndromes, como a síndrome de Asperger, que demanda a satisfação
de uma variável multiplicidade de condições criteriais para ser identificada,
mas que apresenta como fundamento geral uma carência de habilidades sociais inatas
suficiente para enquadrar o paciente dentro do aspectro autista, mas insuficiente
para torná-lo incapaz de aprender a linguagem e com isso adquirir acesso ao
mundo da cultura humana.
Quero,
contudo, me restringir aqui a um único exemplo de conceito mais vago e aberto –
aquilo que Wittgenstein classificaria como exprimível por palavras com ‘semelhanças
de família’ (Familienänhnlichkeit): o conceito de religião. Baseando-me
em P.W. Alston ,
eis o modelo constituido das regras-descrições criteriais mais relevantes para
a aplicação referencial da palavra ‘religião’:
1. Crenças em seres sobrenaturais (deuses).
2. Sentimentos caracteristicamente religiosos
(reverência, adoração, senso de mistério, sentimento de culpa etc. associados ao
divino).
3. Um código moral que se acredita sancionado
pelos deuses.
4. Rezas e outras formas de comunicação com os
deuses.
5. Uma distinção entre entidades sagradas e profanas;
atos rituais concentrados em torno de entidades ou objetos sagrados.
6. Uma ampla organização da vida individual e social
baseada em características anteriormente descritas.
7. Uma cosmovisão, a saber, uma explicação do
significado do mundo e do lugar do homem nele.[4]
Como
o próprio Alston notou, há religiões como o catolicismo, o judaísmo e o islamismo,
que satisfazem todas as regras-descrições constitutivas do feixe ou modelo. Elas
constituem casos prototípicos, derivando-se a aplicação da palavra para casos que satisfazem
apenas partes do modelo.
Cumpre
notar que talvez nenhuma das condições incluídas no modelo seja necessária, disso
resultando ainexistência de uma ssência geral única da religião. No protestantismo,
nota Alston, os rituais relativos a objetos sagrados são bastante atenuados; e
no caso dos Quakers eles são até mesmo
repudiados, tornando-se fundamental apenas a experiência mística. Mesmo a crença
em seres sobrenaturais pode estar ausente; há religiões como o budismo hinayana,
nas quais os seres sobrenaturais são ignorados, incidindo a ênfase no cultivo
de uma disciplina moral e meditativa que busque um estado espiritual em que todos
os desejos parem de existir. E há religiões laicas em que a crença em um Deus pessoal sobrenatural
é simplesmente excluída, como é o caso da religião da humanidade fundada por Auguste
Comte, que diviniza a sociedade humana além de possuir figuras devocionais (equivalentes
a santos). Parece que em uma extensão talvez indébita dos critérios sugeridos
por Austin, a religião sequer precisa demandar uma prática social, como acontece
com religiões pessoais, como a do filósofo Spinoza, que se baseava na calma e
jubilosa aceitação de tudo o que acontecia como decorrente das leis impessoais
do universo, ou a do físico Albert Einstein, que via nessas leis uma fonte de
reverência e de encantamento.
Podemos com isso estabelecer uma regra de
regras, uma metaregra aplicável às regras-descrições constitutivas do modelo formador
do sentido do termo geral ‘religião’. Podemos chamá-la simplesmente de regra de
aplicação constitutiva do conceito de religião ou:
RA-‘religião’:
Usamos a palavra ‘religião’ para nos referir (propriamente)
a uma prática sócio-cultural que é característica de um objeto x
see
(i) x satisfaz
suficientemente ao menos uma ou duas das regras-descrições constitutitivas do modelo
para o termo geral ‘religião’.
Essa
regra nos permite chamar de religião não só o catolicismo e o judaismo, que exemplificam
o próprio modelo, mas também o budismo hinayana e a religião da humanidade. Uma
característica dessa regra de aplicação é que ela é propositadamente vaga. Ela
é vaga de maneira a fazer corresponder à vaguidade de nosso próprio conceito de
religião, que por sua vez deve corresponder à vaguidade intrínseca ao fenômeno
considerado. Há casos de religiões pessoais (como as de Spinoza e Einstein), que
são fronteiriços no sentido de que quase não mais sabemos se o conceito realmente
se aplica. E há ainda casos que eventualmente se aproximam de satisfazer a condição
(i) da regra de aplicação, embora não a satisfaçam realmente. Considere, por
exemplo, organizações secretas como a dos Rosacruzes, grupos políticos radicais
como o dos comunistas ortodoxos, ou ainda, o misticismo matemático dos filósofos
pitagóricos. Como as regras de classificação dos conceitos de organização
secreta, grupos políticos radicais e filosofia se aplicam a essas coisas mais
propriamente, o conceito de religião passa a aplicar-se a elas apenas em um sentido
estendido.
Termos
gerais e designação rígida
Diante
dessa variedade de regras de aplicação podemos retornar à questão de se saber
se os termos gerais são designadores rígidos. Tanto Kripke quanto Putnam responderiam
afirmativamente a essa pergunta, ao menos no que concerne aos termos de espécie
natural, pois eles assumem que tais termos se referem a uma mesma essência microestrutural
em qualquer mundo no qual essa essência exista.[5]
Contudo, a rigidez dos termos gerais é diferente
do caso relativamente não-problemático da rigidez dos nomes próprios. Enquanto o
nome próprio designa apenas um único objeto em qualquer mundo possível no qual esse
objeto existe, precisando-se apenas identificá-lo, o termo geral designa uma propriedade
instanciável em um número de objetos que difere em cada mundo possível (um mundo
possível pode não conter tigre algum, outro pode ser superpopulado por milhões de
tigres). Por isso mesmo, para quem defende a rigidez dos termos de espécie natural,
a sua referência não deve poder ser a extensão. Também é inadequado pensarmos
que o termo geral é rígido por ter como referência uma espécie.[6] Pois se
fizermos isso parece que, ou recaímos em problemas como o recém-exposto ou piores,
ou então nós o circundamos concebendo a espécie como uma propriedade abstrata,
mas ao preço de termos de aceitar algum problemático realismo de propriedades.
Quero
aqui coerentemente optar pela alternativa já escolhida, segundo a qual termos
gerais designam primariamente propriedades particularizadas, ou seja, tropos. Sob
esse ponto de vista um termo geral é rígido na medida em que ele designa uma
mesma propriedade particularizada em qualquer mundo possível no qual essa propriedade
particularizada exista. Mas como cada mundo possível pode ter uma diversidade de
propriedades particularizadas, precisamos de um critério de identidade para a
propriedade a ser escolhida como sendo a
mesma em cada mundo possível! Seria possível obter tal critério? Afinal, só
os termos singulares parecem capazes disso, pois só eles são feitos para singularizar
uma mesma coisa em qualquer mundo possível no qual ela exista.
Minha
sugestão é que sob a perpectiva da linguagem podemos encontrar tal critério
para os termos gerais com auxílio da aplicação do critério de singularização oferecido
por termos singulares. Para que isso aconteça, basta vincularmos o termo geral
a um termo singular e perguntarmo-nos se uma propriedade particularizada idêntica
à do objeto referido pelo termo singular em nosso mundo possui existe ou se não
existe, no mesmo contexto, em algum mundo possível, pois no caso de ela existir,
apenas por ser qualitativamente idêntica ela já garante a rigidez da
propriedade, que é a de pertencer à mesma espécie em qualquer mundo possível no
qual essa espécie exista (não há aqui a exigência de singularidade). Trata-se aqui
do que poderíamos chamar de uma rigidez
secundária, dado que ela é dependente da rigidez do termo singular ao qual o
termo geral está associado em uma frase predicativa singular. Considere, para
exemplificar, o termo indexicador ‘branco’. Quando usamos a frase predicativa
singular “A Lua (da terra) é branca” estamos nos referindo à propriedade
particularizada (tropo) da brancura da Lua, de modo que o termo geral indexicador
‘branco’ pode ser considerado rígido por aplicar-se à mesma propriedade de brancura
em qualquer mundo possível no qual não exista a nossa Lua mas qualquer objeto
com uma propriedade de ser branco (analisável aqui e termos de reflexão de todos
os comprimentos de onda do espectro sb certa perspectiva). A rigidez do predicado
‘...é branca’ é, pois, secundária à rigidez do nome próprio ‘Lua’, o qual é rígido
na independência de seu comparecimento em frases predicativas.[7]
Um outro
caso é o de termos gerais nominadores como ‘ouro’. Suponhamos que a regra de
aplicação para o que chamamos de ‘ouro’ seja expressa pela descrição “metal raro
de cor propriamente amarelada, solúvel em água áurea, com peso atômico 76...”.
Nesse caso, parece aceitável que através do proferimento indexical “Esse anel é
de ouro” feito por mim agora para me referir ao material de um anel eu esteja
usando o predicado como designador rígido, aplicando-se ele um conjunto de
propriedades qualitativamente idêntico em qualquer mundo possível no qual esse
conjunto de propriedades seja individuado pela expressão ‘Esse anel’, que é um
indexical complementado por um sortal, em circunstâncias similares.
Finalmente, para o caso dos termos gerais
descritivadores isolados, considere a expressão predicativa “...tem senso de humor”.
O predicado ‘ter senso de humor’ também é um designador rígido secundário porque
a propriedade em questão de ter senso de humor é singularizada em qualquer mundo
possível no qual uma pessoa compareça possuindo senso de humor.
Essa sugestão também explica porque termos
gerais nominadores podem ser rígidos enquanto as descrições constitutivas desses
termos não são rígidas. Assim, ‘água’ é um termo rígido por contraste com a descrição
‘serve para beber’, pois se aponto para esse copo de água e digo ‘Essa água
serve para beber” no mundo atual, isso é verdadeiro, mas pode ser que em algum outro
mundo possível esteja eu apontando para esse mesmo copo de água e esteja dizendo
algo falso, pois embora sendo a mesma água ela contêm algumas miligramas de arsênico
e realmente não serve para beber. A explicação é aqui é análoga a que usamos
para explicar a acidentalidade relativa das descrições definidas com relação aos
nomes próprios no capítulo 6: o termo geral descritivador é no caso semanticamente
dependente da aplicação do termo geral nominador, o que explica a sua relativa
não-rigidez.
Essas respostas
podem ser vistas como trivializadoras da pretensão original da noção de designador
rígido, como sendo algo cujo mecanismo de referência fosse único. Com efeito. Mas
essa trivialização já estava presente em nossa análise da rigidez no caso
paradigmático dos nomes próprios, sendo a relativa trivialidade do presente caso
mera consequência.
A
velha questão da essência
Chegamos
com isso à velha questão da essência: aplicamos termos gerais com base em essências
que são comuns a suas instâncias? Pelo que vimos, a questão não pode ser respondida
com um simples sim ou não. Se entendermos por propriedade essencial aquela
que é necessária e suficiente para a aplicação do termo geral que a caracteriza,
podemos comparativamente classificar uma variedade de termos gerais de acordo
com o grau de necessidade com que certas
propriedades precisam satisfazer as condições para a sua aplicação. No que diz
respeito ao grau de necessidade, termos gerais podem incluir casos como:
(a) O de termos indexicadores como ‘vermelho’ e ‘redondo’. Esse também parece
ser o caso de termos propriamente descritivadores como ‘um terno branco’ e ‘uma
bola de fogo’, os quais demandam a satisfação de um conteúdo descritivo
específico. Nos primeiros dois caso, ao menos, parece que podemos assumir essências
reais, entendidas como condições necessárias e suficientes para a aplicabilidade
dos termos.
(b) Há o caso dos termos nominadores de espécie natural que possuem propriedade
microestrutural essencial, como ‘ouro’. Pode ser convencionalmente estabelecido
que se não se tratar do elemento de número atômico 76, ele não será propriamente
ouro, caso em que também poderíamos assumir uma essência real.
(c) Termos nominadores de espécie natural como ‘tigre’, cuja propriedade
essencial se encontra por convenção no nível superficial de pertinência a uma
dada espécie. Aqui parece que se assumirmos uma essência, ela será mais do tipo
chamado por Locke de “nominal”.
(d) Termos nominadores de espécie
natural como ‘água’ que, como vimos, possuem propriedades fundamentadoras nucleares
que podem ser suficientes, mas que não são necessárias, não podendo nesse sentido
serem consideradas essenciais. Contudo, uma essência real H2O pode
ser assumida com respeito aos designata do subconceito expresso pelo termo
‘óxido de hidrogênio’.
(e) Termos gerais nominadores
como ‘religião’, ‘jogo’, ‘número’, ‘arte’, ‘conhecimento’, ‘consciência’... Em
graus diversos esses termos correspondem ao que Wittgenstein em meu juízo equivocadamente
analisou como possuindo o que ele chamava de “semelhanças de família” entre suas
aplicações.[8]
Nesses casos não há, ao que parece, uma essência comum, mas aglomerados diversos
de propriedades (o que não implica que elas não possam ser associadas de modo a
formar uma descrição definicional). Contudo, esses conceitos podem ser freqüentemente
analisados em subconceitos que por sua vez possuem alguma essência comum. Assim,
pode bem ser possível que exista uma essência comum ao catolicismo, ao jogo de
xadrez, ao número natural, à arte própria ou ao conhecimento proposicional.
A admissão
das possibilidades que vão de (a) a (e) nos oferece uma possível chave para abordar
a disputa entre essencialismo e anti-essencialismo, pois sugere que ambos os casos
possam ser encontrados. Estou admitindo aqui um conceito de essência que ou é
nominal (e nesse sentido de dicto) ou
é apenas bem fundada e assim assumida
como real e não descoberta como real (e
nesse sentido limitado de re), como
seria o caso se pudéssemos ter a garantida certeza de termos encontrado necessidades
metafísicas.
Parece-me
que a abordagem recém-proposta já seria suficiente para fazer a balança pender
para o lado do essencialismo, posto que basta admitirmos uma única essência para
nos tornarmos de algum modo essencialistas, assim como basta admitirmos uma
única entidade platônica para nos tornarmos realistas. Mas não se trata do
essencialismo metafisicamente de re aspirado pela maioria dos essencialistas.
Para
não concluir
Quero
terminar retornando às considerações metafilosóficas genéricas com as quais iniciei
esse estudo. “Tudo é um”, pensavam os pré-socráticos. A abrangência de escopo tem
sido um traço constitutivo da filosofia em toda a sua história, de Aristóteles
a Jürgen Habermas. Mas essa abrangência tem sido desafiada pela filosofia contemporânea,
voltada como ela se encontra para investigações cada vez mais especializadas e redutivas,
no sentido de excluir como espúrio o que não se adequa a elas, e frequentemente
às voltas com um espírito cientificista, reducionista, imediatista. Scott Soames,
por exemplo, observou que nos encontramos na era da especialização. Um tempo em
que a filosofia contemporânea tem produzido teorias cada vez mais especializadas,
que se desdobram em novas sub-teorias, e assim sucessivamente, sem grande expectativa
de síntese.[9]
Um resultado disso é que, no imenso tear da filosofia contemporânea as visões compreensivas,
que objetivam “esclarecer associações entre conceitos constitutivos de nosso entendimento
do mundo como um todo”[10] parecem
tornar-se praticamente impossíveis, o que retira da filosofia o seu lugar epistêmico
próprio de produzir visões de conjunto. O risco é o de um novo escolasticismo.
Susan Haack[11]
alertou-nos para isso, observando que o atual desenvolvimento da ciência e da
tecnologia tem absorvido o lugar da filosofia ao nível acadêmico produzindo cientismo:
a imitação do procedimento científico pela comunidade filosófica. Esse
cientismo se evidencia particularmente pela especialização precoce, fragmentadora
do campo de investigação. A especialização, escreve ela, é boa para a ciência,
uma vez que esta última possui bases suficientemente sólidas. Mas a especialização
pode ser má para a filosofia, cujas bases teóricas são especulativas. O resultado
dessa especialização precoce pode bem ser o que ela chamou de “uma desastrosa
fragmentação da filosofia”. Ruim por impedir a visão dos eventuais vínculos de
coerência entre as diversas ideias e teoretizações filosóficas, retirando da filosofia
a propriedade de consiliência – entendida por ela como a razoável suposição
de que diferentes objetos de nossas investigações possuam uma unidade a ser
descoberta. Ruim porque, na falta de comparação com uma ordenação mais geral de
ideias, nossos procedimentos especializados de fundo especulativo se tornam eles
mesmos inavaliáveis.
Tanto
o diagnóstico inadvertidamente otimista de Soames quanto o diagnóstico razoavelmente
pessimista de Haack podem ser, em parte, relativizados, quando consideramos que
há em meio disso uma boa especialização. Há, sem dúvida, muito trabalho de detalhe
que só especialistas trabalhando em algum campo específico são capazes de
realizar, sendo inegável a existência de inovações enriquecedoras, certas ou
não, em questões específicas. Um exemplo dentre muitos outros tem sido a prolífica
discussão sobre a natureza da consciência por filósofos como D.M. Armstrong, David
Rosenthal, Daniel Dennett, Ned Block, Bernard Baars e vários outros[12],
feita em íntima conexão com a ciência. Não há obviamente nada de errado nessa
espécie de investigação. Podemos por isso de um certo modo comparar a diferença
entre filosofia abrangente e filosofia especializada com a diferença que existe
entre física teórica e física aplicada. A física aplicada realiza experimentos
específicos. A física teórica examina os resultados de experimentos específicos
escolhidos, com o objetivo de produzir generalizações nomológicas. Talvez algo não
muito distinto possa ser dito com relação à distinção entre filosofia
especializada e filosofia abrangente. A filosofia teórica abrangente deveria
então idealmente se utilizar dos resultados de teorias especializadas, combinando-os
na produção de sínteses mais amplas, justificando-se então por sua coerência
intrínseca. A síntese ampla teria, por fim, poder confirmatório com relação às
teorias especializadas de que faz uso ou que deve rejeitar, avaliando-as e abrindo
espaço para teorias especializadas mais plausíveis. Sob essa perspectiva, as
duas espécies de trabalho filosófico poderiam ser, se bem realizadas, complementares.
Seja
como for, procurei seguir aqui o caminho da abrangência: o da reintegração, mesmo
que restrita à problemática da referência. Meu intento foi o de proceder de modo
sistematizador e não-redutivo, o que me fez distanciar do uso excessivo do
modelo de investigação formalista, herdeiro da filosofia da linguagem ideal,
que tem sido majoritário na filosofia da linguagem contemporânea. Em uma oposição
dialética a esse modelo tentei fazer juz à herança da filosofia da linguagem natural,
que se inspira naquelas intuições “mooreanas” que se apresentam a nós quando analisamos
a atividade comunicacional como um todo. Ou seja: procurei, sempre que fosse o caso,
sustentar um equilíbrio reflexivo entre (i) intuições da linguagem ordinária, (ii)
as razões que a análise lógica nos permite encontrar e ainda (iii) possiveis resultados
da ciência. Tomo isso como um procedimento anti-redutivo par excellence[13].
Como também
tentei demonstrar, a aproximação das questões que enfatiza (criticamente) intuições
da linguagem natural, não nos força a permanecer em um estágio pré-teorético superficial.
O que se inicia como uma vaga apresentação panorâmica da gramática conceitual pode
ser capaz de evoluir em direção a um inevitável detalhamento argumentativo que
ao final torne o consenso um resultado plausível. Esse ponto de partida é de antemão
anti-redutivo e aberto ao pluralismo, possibilitando importarmos procedimentos e
resultados das ciências formais e empíricas capazes de mostrar como é possível uma
explicação de fundo cognitivista para os mecanismos de referência de cada espécie
de termo referencial.
Um resultado flagrante da sistematização aqui
esboçada é uma reconfiguração mais consistente e plausível de nossas idéias acerca
dos mecanismos de referência. Dela emerge um quadro mais complexo, no qual algumas
maneiras de ver aparentemente ultrapassadas voltam a ocupar o centro do palco,
enquanto outras maneiras de ver que pareciam ter se tornado para muitos indubitáveis
passam a ter o seu papel reescrito como o de figuras coadjuvantes, cuja principal
função é a de constituirem desafios originais e dialeticamente instigantes, que
uma vez criticamente considerados nos permitem dar alguns passos adiante.
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- 1986. The
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- 1984d. Ludwig
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- 1984e. Tractatus
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- 2001. Wittgenstein’s
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[1] Para Tugendhat (1976, p. 380) o quasi-predicado
é um predicado cuja regra de aplicação só lhe permite o emprego em situações de
percepção apropriadas.
[3] Se fosse veicular seria chamada de ‘assento’,
se não tivesse encosto seria um banco, se tivesse sido feita para mais de uma
pessoa se sentar poderia ser um sofá ou um banco de jardim...
[4] Ver Alston 1964, cap. 6.
[7] Com isso espero estar levando adiante a proposta
de Devitt e Sterelny de que termos gerais
são “aplicadores rígidos”: eles se aplicam a objetos no mundo atual, e se esse
objeto existe em um mundo possível, então eles se aplicam a objetos nesse mundo
possível. Devitt & Sterelny 1999, p.
85.
[8] Ver Wittgenstein 1984b sec.
68. O problema com o conceito de
semelhanças de família é que ele só exige que entre diferentes aplicações de um
predicado seja preservada alguma semelhança, sem estabelecer seus limites. O resultado
é que, como qualquer coisa tem semelhança com qualquer outra coisa sob algum ponto
de vista, não há como estabelecer os limites de aplicação de um termo com semelhanças
de família. Isso nos põe diante de uma dificuldade insuperável. O recurso a um
paradigma de condições e a uma regra meta-caracterizadora que vige sobre as
condições constitutivas do paradigma (como no exemplo da religião) permite superar
essa dificuldade.
[11] 2016.
[12] Cf. Velmans &
Schneider 2007.